Uma das maiores dificuldades das empresas, atualmente, é encontrar funcionários que se mantenham concentrados nas atividades que desempenham. Manter o foco é desafiador, também, para quem convive com telefone, internet e outros recursos que “insistem” em desviar a atenção de quem está no ambiente de trabalho. Exercícios para o cérebro – como uma espécie de ginástica mesmo – foram desenvolvidos por especialistas para aumentar a capacidade cerebral.
Segundo o engenheiro formado pelo ITA, Antonio Carlos Guarini Perpétuo, criador de um método que reúne exercícios para potencializar o desempenho cerebral (Método Supera), os resultados que podem ser alcançados no mercado de trabalho a partir do treinamento adequado do cérebro vão desde a melhora da concentração e da agilidade, até o aumento da produção.
“As empresas investem em cursos de capacitação, de qualidade, programas de incentivo, melhoria de processos e mecanização. Mas, nada, na verdade, lida com uma etapa anterior a tudo isso, que é trabalhar a mente do colaborador”, declarou Carlos Guarini, que é diretor-presidente da rede Supera no Brasil. Ele explica que, “a partir do momento em que alguém exercita o cérebro, potencializa as capacidades de concentração, velocidade de raciocínio, raciocínio lógico, criatividade, capacidade em resolver problemas, coordenação motora, disciplina, segurança e auto-estima”.
O resultado, segundo Carlos Guarini, é que, “com essas competências desenvolvidas nos colaboradores, a empresa ganha em produtividade, redução nos acidentes de trabalho, quantidade de soluções criativas e inovadoras, capacidade de liderança e melhora nos relacionamentos interpessoais”.
Ele explica que, além de reduzir o índice de acidentes nas empresas – uma vez que o trabalhador vai manter a concentração por um tempo maior – a participação dos funcionários cresce em aspectos como a apresentação de idéias criativas e inovadoras. Para as pessoas que trabalham em cargos administrativos e de gerência, de acordo com o criador do Método Supera, esse diferencial (velocidade de raciocínio, raciocínio lógico-matemático, lateralidade) é fundamental.
Aprendizado pode ser de até um ano
O programa do Método Supera, que tem duração média de um ano, inclui a utilização de três ferramentas: o ábaco, o “abrindo horizontes” e a neuróbica (espécie de aeróbica para o cérebro). Por meio do ábaco – instrumento milenar, de origem oriental, utilizado para realizar cálculos matemáticos – o aluno trabalha a inteligência numérica, a partir da prática de exercícios de aritmética envolvendo as quatro operações matemáticas.
“À medida que o aluno vai avançando, começamos a aplicar a ‘aritmética mental’, passando o ábaco para a mente. Ele começa a realizar as operações visualizando o ábaco mentalmente”, relatou Maria Betania. Já a ferramenta “abrindo horizontes”, consiste em um módulo de exercícios de raciocínio lógico, realizados com o auxílio de jogos e apostilas.
“Nessa fase, trabalhamos com o desafio, com a situação concreta. O aluno aprende a ‘enxergar o todo’ com o objetivo de desenvolver o raciocínio lógico, a percepção, a atenção e a lateralidade”, explicou a professora.
Outra ferramenta é a neuróbica. “Consiste em estimular o cérebro de maneira diferente - sair da rotina mesmo”, comentou Betânia. Segundo ela, utilizar caminhos diferentes para ir ao trabalho, por exemplo, serve como um estímulo para que o cérebro seja estimulado e crie outras conexões neurais.
“Isso entra na neurociência, que é a parte da medicina que estuda o sistema nervoso. Estamos sempre buscando estimular o cérebro para que os neurônios sejam sempre ativos”, ressaltou a professora. Ela contou que, como parte da metodologia do Supera, costuma modificar a posição das mesas e cadeiras da sala de aula, virando-as de costas para o quadro e de frente para a parede.